Os grandes ofensores da logística no Brasil
A logística brasileira precisa de intervenções urgentes nos próximos 15 anos para não entrar em colapso. Mesmo com um território continental, 62% de toda carga é transportada por rodovias brasileiras, o que causa fortes impactos na economia e no meio ambiente. O País desperdiça hoje 30% de combustível com sobrecarga nas rodovias e uma frota velha de caminhões. O custo logístico nacional é de 12,5% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto nos Estados Unidos não chega a 8%.
Temos uma situação crucial para o setor de logística. As perdas hoje já são imensuráveis em todos os sentidos, para a natureza, para o valor do produto. Se não houver planejamento e investimentos nos próximos 15 anos, o segmento vai enfrentar sérias dificuldades.
O Brasil tem três vezes o tamanho da Argentina, mas o País vizinho ostenta mais quilômetros de ferrovias. A linhas férreas brasileiras somam cerca de 31 mil quilômetros, enquanto as argentinas têm 34 mil quilômetros. “Veja o absurdo dessa comparação”, comenta Wrobleski.
Neste ano, 62% da carga brasileira será transportada por caminhões, 20% por ferrovias, 14% por cabotagem (aquavias), 0,3% por aerovias e 3,6% por outros sistemas. Para ser mais competitivo em logística, segundo o especialista, o ideal seria que, em 15 anos, o País pudesse reduzir a carga rodoviária a 40%, aumentar a ferroviária para 30% e a de cabotagem para 25%.
O investimento em infraestrutura no Brasil deveria girar em torno de 3% a 4% do PIB, mas não ultrapassa 1%. A China, nos áureos tempos, fazia dois dígitos de investimento em infraestrutura. A falta de investimento em infraestrutura é um fator seríssimo, uma grande barreira a ser superada para que o Brasil possa alcançar a média dos países desenvolvidos no mundo. Precisamos tratar desse assunto já, com máxima prioridade.