Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 23 de agosto de 2022

Os aplicativos de entregas e seus papéis de inclusão social no mercado de trabalho

 

Tornou-se comum e você nem percebe, mas na selva de pedra cortada por avenidas, ruas e vielas, nas ciclovias, acionando suas buzinas, ou de alguma forma anunciando sua chegada, um exército de mais de 11 milhões de pessoas diariamente entoam seus veículos (autos, motos, motonetas e bikes) sob demandas diversas e diferentes missões.

Essa turma vai ao supermercado, à farmácia, bares e restaurantes, fazer com que você, no conforto de seu lar, seja atendido de maneira rápida e prática.

Com a evolução das tecnologias, esse tipo de meios de consumo em alta na pandemia veio para ficar, quando muitos especialistas diziam ser somente uma “modinha”.

Fato é que com a atual situação de desemprego, o número de pessoas empregadas nesse tipo de serviço tem aumentado cada vez mais, e o que percebemos é a tendência ser de adesões ainda maiores tanto de usuários dos serviços, como também daqueles que prestam o serviço.

O crescimento das entregas por aplicativo fez surgir uma classe específica de trabalhadores que, diante do desemprego, por vezes tem no serviço sua principal fonte de renda.

Não podemos deixar de citar o relevante papel social que a atividade tem representado além do papel logístico de proporcionar disponibilidade aos dependentes diretos desses serviços (os clientes).

Se os entregadores não estivessem nessa atividade, estariam provavelmente desprovidos de qualquer renda na atual conjuntura do país.

E ainda, as oportunidades de trabalho geradas pelos serviços de delivery por meio de aplicativos, além de salvar vidas na pandemia, promovem o combate à exclusão de pessoas e sua consequente privação aos aspectos essenciais da vida em sociedade, proporcionando a diferentes classes dignidade e acesso, independentemente de seus níveis de educação, idade, deficiência, gênero ou etnia.

Os aplicativos de entregas promovem o encontro de classes sociais, reúnem pessoas em torno de uma atividade digna e colaborativa por meio da tecnologia e preceitos logísticos, tudo isso acontece durante os desdobramentos dos serviços, pois sendo em simultâneo, o agente e executor da missão, é dos poucos conhecedores dos papéis tático e operacional simultaneamente.

Podemos citar várias situações em que é elencada a positividade do uso de aplicativos e na prestação dos serviços, além de melhorias a serem implementadas nesse importante sistema logístico de atendimento rápido, os deliverys (supermercados, bares, restaurantes, farmácias, padarias, e hortifrútis e outros).

A atividade evoluiu bastante desde que chegou por aqui. Segundo uma pesquisa do Instituto Food Service Brasil em parceria com a GS&NPD, gastos com delivery subiram 24% em 2021, e no pós-pandemia somaram 40,5 bi, representando 24% a mais que no ano anterior.

Um conjunto de fatores fez com que o mercado de motos ficasse aquecido, como um dos poucos segmentos que não apresentaram crise direta.

O nível de incerteza da economia brasileira está em alta, o fantasma do desemprego transforma quem é honesto a se aventurar em diferentes frentes de trabalho por sobrevivência.

Impulsionado pela alta do preço dos combustíveis de janeiro a outubro de 2021, foram fabricadas no Brasil 1 milhão de motocicletas, segundo o Jornal Nacional (22/11/2021), o que representa um aumento de 28% em relação ao período homólogo (do ano anterior) – início da pandemia 2020. Observando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o surto como Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional e, em 11 de março de 2020, como pandemia.

Outro fator foi o aumento do preço dos automóveis, isso fez com que algumas pessoas optassem pela motocicleta, num primeiro momento com segundo veículo, ou como veículo alternativo, e geralmente como veículo de entrada mesmo.

Afetado pelo desemprego, e com as contas para pôr em ordem qualquer iniciativa digna, vale para honrar os compromissos, como encarar outra atividade diferente de sua profissão ou formação, e ainda realizar “bicos”.

Isso fez com que pessoas de diferentes idades, perfis, formações e classes sociais migrassem para essa importante atividade, que, aliás, remunera melhor que alguns empregos de início de carreira, e até mesmo em alguns casos aquelas vagas que não são muito atraentes – financeiramente falando.

E quanto ganha um entregador de delivery no Brasil?

R$ 2.700,00/mês, isso equivale a R$ 31.200,00 anuais ou R$ 16,00/hora na média, podendo chegar a R$ 4.000,00/mês.

Uma verdadeira revolução no mercado de trabalho, se comparado com outras profissões, como: (tecnólogo em logística: R$ 2.083,00; supervisor de logística R$ 3.000,00; analista de compras R$ 2.769,00; torneiro: R$: 2.388; operador de máquinas R$ 1.800,00; motorista de caminhão R$ 1.799,00; pedreiro R$ 1.798,00; motorista R$ 1.751,00; entregador R$ 1.700,00, professor universitário R$ 3.800,00; professor de biologia R$ 2.958,00; bibliotecário R$ 2.800,00; professor de matemática R$ 2.680,00; professor escolar R$ 2.161,00; professor de física R$ 2.151,00). ** Fonte: BR.Talent/2022.

Enfim, vários setores do mercado terão que se desdobrar para tornarem suas vagas atrativas à medida que o mercado de delivery cresce. Quem é que vai deixar de ganhar três vezes mais, para iniciar carreira na régua do mil, mil e meio que o mercado logístico oferece em boa parte de suas vagas de entrada, não é mesmo.

A responsabilidade é grande nessa atividade, e o desafio acompanha a oportunidade, com seus riscos!

Mas, enfim, é melhor trabalhar no domingo do que procurar emprego na segunda.

 

**Pesquisa disponível aqui (clique aqui).

.

Palmério Gusmão Palmério Gusmão

Graduado e Especialista em Logística Empresarial pela Faculdade Anchieta de São Bernardo do Campo, possui habilitação pedagógica de docentes em matemática. Adquiriu o título de Auditor Lead Assessor da Qualidade pela NBS Consulting Group. Iniciou trajetória liderando operações na Tegma, maior player estratégico (automotivo) da América Latina. Atuou por vários anos no setor logístico. Seu último cargo foi gerente comercial em uma empresa na área de operações portuárias no Porto de Santos. Foi integrante e líder de comissão de transição e fusão em dois grandes grupos. Experiência no Magistério em cursos de graduação em Logística (disciplinas de administração, marketing e logística) e de pós-graduação (MBA executivo da Universidade Cruzeiro do Sul) e na Escola Internacional de Negócios junto ao SEBRAE. Colunista da Logweb desde 2007. Apresentador do Programa de TV Cenários Logísticos. Aulas consultorias e palestras: professorpalmerio@gmail.com / no Linkedin https://www.linkedin.com/in/palmeriogusmao/

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal