O que esperar da tecnologia 5G?
Recentemente acompanhamos o leilão das faixas de frequência para uso do 5G e uma expectativa de implementação da solução. Mas o que isso tem a ver com logística?
As expectativas dos consumidores mudaram a maneira como as mercadorias são vendidas e distribuídas. Eles estão cada vez mais comprando produtos online, e esperando atendimento de seus pedidos em alguns dias ou até horas. Isso forçou a logística a ser muito mais flexível e eficiente.
Como resultado, toda a cadeia de abastecimento, desde a manufatura, incluindo a logística, está mudando em direção a um paradigma mais flexível e adaptável, dando lugar à Indústria 4.0 e à IoT, que se originou como uma resposta à mudança do hábito do consumidor.
Para melhorar a flexibilidade dos processos de produção e distribuição, existem quatro tecnologias capacitadoras principais:
– Big Data: a análise de dados que atende, entre outros determina, as necessidades dos consumidores, tendências de mercado etc.
– Conectividade sem fio: conectividade em equipamentos industriais e logísticos é usada para interconectar os equipamentos, coordenar, monitorar etc. Conectividade sem fio, em oposição à com fio, reduz os custos de implantação e reorganização, melhorando a flexibilidade.
– Sensores de baixo custo: nos últimos anos, a queda no preço dos sensores possibilitou a coleta de dados em massa para rastrear produtos ou monitorar processos, máquinas e condições ambientais.
– Robótica: o desenvolvimento de robôs cada vez mais capazes e autônomos permite a automação de tarefas que são repetitivas, complexas ou arriscadas, melhorando as condições de trabalho e a viabilidade econômica de processos logísticos.
5G é uma tecnologia que foi desenvolvida principalmente em torno de verticais, como comunicação veicular, indústria 4.0, smart cities/Logistics.
A logística, assim como tantas outras atividades, será impactada por essa nova tecnologia, com mais conectividade e capacidade de transmissão de dados. E conectividade determina um ambiente integrado, como internet das coisas (IoT), inteligência artificial (AI) e automação de processos, como por exemplo a utilização de robôs, roteirização dinâmica, entre tantos.
E não apenas se fala sobre 5G nas áreas externas, isto é, com a integração com a infraestrutura das cidades (Smart Cities) e a gestão das frotas, monitoramento de entregas, gestão de última milha (last mile) entre outras, mas a possibilidade de redesenhar as redes e conexões internas no armazém, centro de distribuição, fulfillment center, transit points… isto é, no centro logístico em geral, onde a facilidade de configuração e reconfiguração da instalação acontecerá de forma mais simples e econômica.
E aqui vale considerar o incremento da automação nos armazéns, com a viabilização nos centros de distribuição, em especial aqueles destinados ao atendimento do canal virtual, que são beneficiados com a tecnologia. E não com foco apenas nos equipamentos automáticos, mas também em processos administrativos.
Imagine não ser mais dependente das várias antenas e análises de coberturas de sinal dentro de sua instalação, e poder reconfigurar seu layout, modificando o posicionamento das estruturas de estocagem, porta-paletes por exemplo, sem a preocupação com a perda de sinal, naquela ou outra região, o que sabemos, gera diversos contratempos a operação intralogística, como atrasos, falta de acurácia, erros, diferenças nos saldos em estoque, entre outros.
Aqui vale considerar que não é apenas uma questão de melhor conexão, mas também capacidade de transmissão de dados e a tal latência que permite uma melhor taxa de processamento, e principalmente a expectativa de menor investimento na infraestrutura para suportar a automação, que ficará mais “barata” e mais fácil de viabilizar economicamente o investimento.
Enfim, caminhamos para a “Logística Inteligente”, com mais efetividade na gestão e execução da armazenagem, fretes, entregas etc., que as limitações da tecnologia com fio estão deixando de existir.