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Conteúdo 14 de junho de 2022

O caminho da tecnologia é a infraestrutura

Uma das soluções mais aguardadas para o setor de logística é a tecnologia 5G. Afinal, com uma conexão mais rápida, que possibilite muitos aparelhos conectados simultaneamente sem interferência, o rastreamento e a gestão de veículos se tornariam mais eficientes. Os outros setores indiretamente ligados à logística e o consumidor também seriam beneficiados, já que a digitalização é uma realidade em boa parte das operações comerciais. No entanto, o Brasil passa por diversos adiamentos à implementação, e o principal motivo é a falta de investimento em infraestrutura.

O último anúncio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi de que o 5G só chegaria às capitais brasileiras a partir de setembro, devido à falta de equipamentos para limpeza da faixa de 3,5 Ghz e da ausência de alternativas para solucionar o problema. Já para a implantação em cidades menores o prazo ainda é maior e pode levar vários anos. Como o transporte de mercadorias não passa apenas por capitais, não sabemos ao certo quando será beneficiado de forma plena por essa tecnologia. Mais uma vez, o país se autossabota por não investir em questões prioritárias.

Em 2021, o Brasil registrou um recorde indesejado: o menor investimento em infraestrutura de transportes dos últimos 20 anos. Isto é, há muito tempo um governo federal não investia tão pouco em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, o que faz toda a diferença para o setor de logística e para os cidadãos. Afinal, uma infraestrutura digna pode transformar a vida das pessoas, pois movimenta a economia e gera empregos, consequentemente diminuindo a desigualdade social, outro ponto problemático na atual administração.

As nossas estradas e ferrovias sem os suficientes reparos dificultam o transporte de mercadorias, geram prejuízos e podem inviabilizar a geração de novos negócios. Já os navios de grande calado, importantíssimos para exportação, ainda não encontram a estrutura necessária para que possam atracar em alguns portos estratégicos do país.

Acima eu me referi à logística, mas a falta de investimentos em infraestrutura tem se tornado uma questão de vida ou morte de brasileiros. A cada tempestade na capital pernambucana, por exemplo, percebemos como esse abandono é catastrófico.

Um país dos sonhos seria o que reunisse as condições estruturais necessárias para a eficiência de todas as vias de transporte e para beneficiar as pessoas. Somente quando tivermos pelo menos o essencial nesses termos, poderemos planejar um futuro pleno e a aplicação de novas tecnologias com o uso de todo seu potencial.

Antonio Wrobleski Antonio Wrobleski

Especialista em logística, presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008. Em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu há 13 anos e pratica o esporte há 30 anos.

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