Logística Humanitária
Quando falamos de logística, devemos viajar ao passado, que a demonstra como um fator de diferencial para a execução das atividades.
No Antigo Império (2686 a 2181 a.C), podemos exemplificar com a construção das Pirâmides do Egito, uma edificação de 140 metros (46 andares) para onde foram transportadas e erguidas pedras com peso médio de 2500 Kg. Até hoje se mantém o mistério de como elas foram colocadas ali.
Na 2º Guerra Mundial, no dia 06 de junho de 1944, houve a movimentação de 300 mil homens e milhares de armamentos, com a intenção de retomar a região da Normandia dos alemães.
Outro fato histórico que podemos elencar sobre a história da logística é uma passagem da Bíblia Sagrada, em Gênesis, quando Jesus ordena que Noé construa a Arca. “O Senhor ordenou a Noé que construísse uma arca na qual sua família e ‘tudo o que vive, de toda a carne’ fossem salvos do Dilúvio (Gênesis 6:19). As águas do Dilúvio destruíram os iníquos e todas as criaturas que viviam na terra, exceto as que estavam na arca. Quando as águas do Dilúvio baixaram, Noé e sua família saíram da arca.”
Dentro do contexto apresentado, podemos verificar que inúmeros fatos históricos demonstram uma logística avançada. Conforme Ballou, “a logística já é a profissão do presente há tempos, mas não obstante a isso, com todas as mudanças que vêm se desenhando em tecnologia e no mundo da gestão, seu melhor ainda está por vir.”
Observando todos os feitos históricos, verificamos que alguns aconteceram por ações dos desastres naturais e que outros aconteceram devido à ação do homem.
Com o objetivo de atender as demandas listadas, surge a logística humanitária, que engloba em seu contexto as atividades de preparação, aquisição, transporte e armazenagem.
Segundo Tomasini e Van Wassenhove (2009), “a logística Humanitária se difere da logística empresarial devido aos objetivos ambíguos, limitações de recursos humanos e financeiros, alto nível de incertezas e ambiente caótico”.
Cadeia de suprimentos
Após a ocorrência dos desastres naturais ou de algum evento causado pela ação do ser humano, as operações da logística humanitária entram em ação com o intuito de prestar uma rápida assistência às vítimas, através da localização de sobreviventes, remoção dos mortos e resgaste dos feridos.
No que diz respeito à cadeia de suprimentos, começa a colocar em ação as atividades de distribuição de suprimentos, fornecimento de alimentos, abrigo, assistência medica e psicológica.
Segundo Blecken (2010), a gestão da cadeia de suprimentos na logística humanitária está dividida em:
– Avaliação
– Armazenagem
– Aquisição
– Transporte
Sendo complexa e desafiadora, pois as equipes trabalham em situações pós-desastre, com infraestrutura caótica, a logística humanitária precisa ser planejada para enfrentar todos os desafios apresentados. Segundo Leiras (2017), as dificuldades inerentes à gestão da cadeia de suprimentos na logística humanitária podem ser resumidas da seguinte forma:
– Dificuldade de executar operações com recursos limitados;
– Dificuldade de conciliar objetivos ambíguos;
– Dificuldade na tomada de decisões devido ao alto grau de incerteza;
– Dificuldade em realizar ações em um ambiente politizado;
– Dificuldade de tratar com problemas urgentes.
Apesar de todos os desafios que enfrentamos, a logística bem planejada é de fundamental importância para entender todas as circunstâncias e obter sucesso em uma operação de resposta a desastres. Sendo assim, quando enfrentamos o desafio da logística humanitária, precisamos ter em mente o seguinte triple:
– Humanidade
– Imparcialidade
– Neutralidade
Termino deixando uma frase para todos envolvidos na logística humanitária: “Nunca se preocupe com números. Ajude uma pessoa de cada vez e sempre comece pela mais próxima de você”, Madre Teresa de Calcutá.