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Conteúdo 30 de agosto de 2022

Inventário de emissões como ponto de partida para o caminho da descarbonização da logística no Brasil

Há pouco dias tivemos aprovação no senado americano o projeto Lei de Redução da Inflação, que destinará US $430 bilhões para realizar grandes mudanças nas políticas climáticas e de saúde. Trata-se do maior pacote já liberado para promover medidas de contenção dos impactos causados pelas emissões e mudanças climáticas. Uma resposta à comunidade de cientistas, que têm alertado sobre o aumento de temperatura acima de 1,5 grau celsius em dez anos.

Estamos caminhando para uma situação muito complexa com aumento da temperatura média do planeta, impulsionado, principalmente, pelos setores energético, industrial e de transportes – grandes emissores de CO2.

O transporte, por exemplo, responde por aproximadamente 14% das emissões no Brasil, sendo o setor mais relevante na emissão por queima de combustíveis. O Brasil, que figura entre os dez maiores emissores mundiais de GEE, tem assumido diversos compromissos voluntários de controle de suas emissões perante órgãos internacionais. Por meio de sua mais recente iniciativa, o país se comprometeu a reduzir as emissões de GEE em 43% abaixo dos níveis de 2005 até 2030 (Intended Nationally Determined Contribution Towards Achieving the Objective of the United Nations Framework Convention on Climate Change, iNDC, BRASIL, 2015).

O atendimento de metas de redução de emissões, como as que o Brasil propõe, está diretamente ligado à melhoria da eficiência em diferentes setores econômicos. Na logística, por exemplo, emissões é o tema de maior impacto ambiental para o setor. Nesse sentido, as empresas têm adotado inventário de emissões como uma boa prática de gestão.

O Inventário permite mapear as fontes de emissão de uma atividade, de um processo, de uma empresa e de um setor econômico, quantificando, monitorando e registrando anualmente essas emissões. Se realizado regularmente, o Inventário se torna uma importante ferramenta de gestão, possibilitando conhecer o perfil das emissões de GEE num determinado período, facilitando o planejamento estratégico rumo à descarbonização.

Atualmente, a principal referência é o Programa Brasileiro de Gases de Efeito Estufa, na sigla em inglês GHG Protocol, foi adaptado ao contexto brasileiro como metodologia para cálculo das emissões de gases do efeito estufa (GEE), desenvolvido pelo FGVces e WRI, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), World Business Council for Sustainable Development (WBSCD) e 27 empresas fundadoras.

Frente aos desafios do setor, o caminho mais seguro e eficiente é a elaboração de inventários, pois isso permite a gestão por fonte de emissão, ajudando no estabelecimento de metas e na avaliação e alocação de recursos em equipamentos, tecnologias e processos de baixa emissão.

Felipe Romera Felipe Romera

Coordenador do Grupo ESG da ABOL – Associação Brasileira de Operadores Logísticos. Graduado em Engenharia Ambiental pela Faculdades Oswaldo Cruz (FOC), Máster em Gestão Socioambiental para Sustentabilidade Empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA) – USP, com especialização nas áreas de Gestão de Projetos pela Fundação Dom Cabral (FDC) e Psicologia Integrativa Transpessoal pela Faculdade de Ciências de Saúde (FACIS)/IJEP. Foi Engenheiro Ambiental e Especialista em Sustentabilidade Corporativa nas empresas ArcelorMittal Brasil, JWA Construtora e General Motors América do Sul, onde coordenou projetos inéditos como a certificação internacional da nova fábrica de motores em Joinville – SC, considerada a mais sustentável do mundo, e a implementação da operação Aterro Zero nas fábricas de São Caetano do Sul – SP e Joinville – SC. Atualmente, é gerente de ESG e Segurança do Trabalho no Grupo Sequoia responsável pela agenda ESG do grupo, incluindo a implementação da ambição 2030.

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