Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 11 de julho de 2011

É preciso investir para crescer

Nos últimos anos foi possível observar que quando o país cresce 5%, por exemplo, a demanda por serviços de logística aumenta em 15%, ou seja, as companhias especializadas se expandem três vezes mais rápido do que a economia em geral. Algumas empresas estão dobrando o faturamento por anos seguidos. E, mantidas as condições atuais, essa equação vai perdurar ainda por um bom tempo. O mercado, que hoje se estima em R$ 300 bilhões, deve dobrar nos próximos 5 anos. Ainda existe um enorme potencial a ser explorado. Por aqui, cerca de 5% das empresas investem adequadamente em logística, seja por meio de um departamento interno ou da contratação de um operador.

No Japão e na Europa este índice é de 30% e nos EUA de 25%. Sem dúvida é um cenário promissor, mas é um ambiente que, mais do que em períodos de crise, exige um planejamento elaborado. Está claro que o sistema de transporte, embarque e desembarque do Brasil está operando além de sua capacidade. Da mesma maneira, sobram notícias sobre dificuldades em obras que poderiam aumentar a eficiência do fluxo de mercadorias. Desarticulação entre os órgãos públicos e incapacidade de gestão de projetos de grande porte são apenas alguns dos problemas. Mesmo com a urgência nos investimentos demandados pela Copa e Olimpíadas não há, de fato, garantia de melhora significativa na infraestrutura.

Além disso, historicamente observamos as companhias atuando exclusivamente de acordo com as circunstâncias e se adaptando às necessidades imediatas (ou pressão) do embarcador, que nem sempre coincidem com seus interesses. Sempre faltou um planejamento mais elaborado, de longo prazo, que considere as previsões econômicas e que trace um plano de negócios próprio. A atividade logística evoluiu significativamente no Brasil nos últimos 15 anos, mas ainda é necessário um salto de qualidade para que a maioria das companhias aproveite de maneira adequada as oportunidades colocadas pelo mercado. Um bom exemplo é que, não raro, ao analisar as companhias do setor, durante negociações envolvendo compra de participação em empresas ou o patrocínio de fusões, os investidores encontram deficiências operacionais graves. Isso não só retarda a efetivação da injeção de capital e deprecia o valor das empresas, como pode até mesmo resultar na desistência por parte desse investidor. Por isso, é urgente melhorar a gestão, capacitar a mão de obra e absorver as tecnologias disponíveis. É preciso investir para crescer. O setor de logística atravessa um excelente momento, talvez o melhor vivido até hoje, mas as empresas devem se preparar para aproveitá-lo.

Antonio Wrobleski Antonio Wrobleski

Especialista em logística, presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008. Em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu há 13 anos e pratica o esporte há 30 anos.

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal