E-commerce: bom para os clientes, excelente para quem explora
O e-commerce é uma atividade amplamente baseada em tecnologia, estrutura logística de armazenagem e distribuição, precedida por diferentes estratégias de presença, abordagem e promoções como forma de fidelizar.
A possibilidade de adquirir produtos em qualquer quantidade sem a barreira do pagamento por cartão de crédito e o acesso à informação fizeram com que experimentar a compra online tornasse um hábito.
Canais conhecidos já não dão conta das demandas desse modo novo de comprar por brasileiros, que tem acirrada disputa por grandes grupos frente a novos entrantes num negócio bom para os clientes e excelente para quem explora.
Por onde quer que se vá de máscara é possível observar que apesar da aglomeração, lojas e pontos comerciais diversos permanecem relativamente “vazios”. Um varejo que precisa se reinventar.
Os consumidores perceberam nessa pandemia que algumas práticas comerciais chegam a ser de fato abusivas quando um produto ofertado numa loja virtual por xis chega num ponto de venda num valor bem maior.
Por exemplo, um brinquedo tipo ursinho de pelúcia de um famoso desenho infantil que, na loja, custa entre R$ 80,00, R$ 120,00 a R$ 150,00, é adquirível no e-commerce por (R$ 10,00, ao máximo R$ 31,00).
Produtos de limpeza (um dos maiores setores de hipermercados) também. Sem citar a marca, um famoso sabão em pó de primeira linha é encontrado facilmente no e-commerce a R$ 3,00 com 500g, enquanto na loja física custa em torno de três vezes o valor. Mais precisamente, até concluir esse texto, R$ 9,87 numa loja física de uma grande rede.
Observei também que numa outra linha de produtos, roupas íntimas são facilmente adquiridas por R$ 0,50 a unidade. Já numa loja física, o mesmo produto é ofertado entre R$ 5,00 e R$ 6,00.
Tudo bem que a loja física precisa ganhar e que existam outros atributos ao negócio, porém, estamos falando em 12 vezes mais o valor de um produto que o cliente adquire num tíquete promocional (é prática, são ofertados vários deles durante o mês) pode chegar na sua casa por R$ 0,50 limpos, sem frete e sem taxas, no conforto de seu endereço.
Temos um impacto concorrencial da percepção de valor pelos clientes (aos mais leigos, uma subjetiva sensação de que eram “enganados”). É claro que a loja física não concorrerá com o e-commerce diretamente, mas existirá por outros atributos.
Já os hábitos dos consumidores forçadamente mudados nos últimos dois anos os tornaram mais críticos e assertivos.
Finalmente o que eu lia sobre aquisições no e-commerce em países de primeiro mundo há alguns anos vejo acontecer agora no Brasil nos últimos dois.