A busca por entregas cada vez mais rápidas

Estamos presenciando a era do Same Hour (entregas na mesma hora), que rapidamente vem substituindo a era do Same Day (entregas no mesmo dia).

Estes movimentos estão sendo protagonizados, principalmente, pelas grandes empresas de e-commerce (big e-commerce), que identificaram, com muita clareza, que com o crescimento das vendas no e-commerce, a logística se tornou um dos diferenciais na experiência de compra. Ou seja, o processo de entrega é hoje um ponto crucial para garantir a fidelização e a satisfação do cliente.

Temos presenciado empresas ofertando, para certas regiões, entregas em 1 hora e, recentemente, li uma declaração de um executivo que dizia o seguinte: “… vamos seguir aumentando o nível de serviço. Na China, você tem entrega em 20 minutos.” Será que vamos ter o Same Minute?

Na busca por entregas mais rápidas, as big do e-commerce instalaram novos Centros de Distribuição (CDs) por todo o país, transformaram lojas que passaram a funcionar como mini-CDs, investiram em automação de suas operações, reforçaram suas equipes logísticas, montaram uma frota de veículos própria (até de aviões) e repensaram seu modelo logístico buscando soluções para conseguir agilizar o ciclo do pedido (desde a entrada do pedido até a entrega do produto ao cliente).

Dentro do repensar o modelo logístico, vejo que a distinção entre loja física e loja virtual tende a não existir. Independentemente de onde a compra foi realizada, o objetivo é agilizar o ciclo do pedido (entrada até a entrega) e dar mais comodidade ao cliente.

Neste sentido, tenho acompanhado algumas soluções muito interessantes, como:

1) Pick-up store: modalidade em que a empresa vende online, mas é o cliente que retira o produto na loja física que for mais conveniente (localização e horário de retirada).

2) Ship from store: modalidade em que o produto vai da loja física mais próxima do cliente, seguindo direto desta loja para o comprador. Distâncias mais curtas entre estoque e cliente possibilitam entregas mais rápidas.

3) Lockers: modalidade em que a empresa vende online e o cliente retira o produto em um armário (locker) no local que for mais conveniente (localização e horário de retirada). Estes armários normalmente vêm sendo dispostos em estações de metrô, shopping centers, postos de gasolina.

4) Crowdshipping:  modalidade em que a empresa após definir de onde o produto será expedido, faz uso de entregadores que estão a pé (usam o transporte público) ou bike, possibilitando assim que estes reduzam o tempo perdido em engarrafamentos das grandes cidades

Estas soluções, se bem planejadas, buscam garantir uma entrega mais rápida e uma experiência de compra mais encantadora. E clientes que valorizam uma boa experiência de compra poderão em algum momento estarem dispostos a pagar um adicional por este serviço diferenciado.

Por isso, entendo que juntamente com a busca por entregas mais rápidas, as empresas irão buscar valorizar esta experiência tornando-a algo que se reverta em receita para o negócio.

A disputa será cada vez mais acirrada, quilômetro a quilômetro, metro a metro, segundo a segundo e isso tornará a logística cada vez mais estratégica para os negócios.