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Conteúdo 27 de setembro de 2022

A nova realidade da logística global

A pandemia de coronavírus trouxe uma nova realidade para grande parte da população na hora de encontrar mercadorias nas gôndolas dos supermercados, já que os setores produtivos precisavam buscar alternativas para um novo horizonte que estava se formando.

Quando se fala principalmente da China, um dos maiores mercados exportadores e importadores, podemos entender melhor os problemas gerados por essa crise humanitária, em que diversos países tiveram impactos significativos nos setores econômicos com matérias-primas importadas da China. Ou seja, toda a cadeia produtiva foi atingida, trazendo grandes impactos no processo produtivo.

Toda essa confusão afetou o transporte marítimo de tal forma que a escassez de contêineres gerou grande confusão no comércio internacional, impactando inclusive em como as indústrias vêm organizando sua produção.

Apenas para uma análise mais profunda, em todo o mundo, o frete em 2021 aumentou em média 142% em relação a 2019, sendo que algumas rotas, como entre Xangai e Los Angeles, aumentou 200% (três vezes o preço). Nessa rota, a mais intensa e valorizada, o transporte de um contêiner padrão de 40 pés pode chegar a US$ 20 mil, oito vezes o preço de dois anos atrás.

 

As maiores empresas internacionais de transporte de contêineres

Na logística internacional, segundo dados da Alphaline, as 10 maiores empresas, com APs que apresentam suas capacidades de transporte de acordo com a unidade de medida de vinte pés (TEUS), são classificadas da seguinte forma:

– Grupo Moller-Maersk – TEU: 3.012.172 – Sede – Copenhague, Dinamarca

– Mediterranean Shipping Company S.A. (MSC) – TEU: 2.659.489 – Sede Genebra, Suíça

– Grupo CMA CGM – TEU: 1.799.291 – Sede Marselha, França

– China Ocean Shipping (Group) Company (COSCO) TEU: 1.539.618 – SEDE: Pequim, China

– Hapag-Lloyd – TEU: 916.439 – SEDE: Hamburgo, Alemanha

– Grupo Hamburg Süd – TEU: 646.918 – SEDE: Hamburgo, Alemanha

– Hanjin Shipping – TEU: 621.243 – SEDE: Seul, Coreia do Sul

– Orient Overseas Container Line (OOCL) – TEU: 565.113 – SEDE: Hong Kong

– United Arab Shipping Company (UASC) – TEU: 564.117 – SEDE: Dubai, Emirados Árabes Unidos

– Evergreen Marine – TEU: 929.700 – SEDE: Taoyuan City, Taiwan

 

Escassez de contêineres

A falta de contêineres, assim como a demora dos navios, trouxe o entupimento dos portos. Só para se ter uma ideia do que está acontecendo, um dos principais indicadores desse gargalo é a fila de navios aguardando vaga nos portos gêmeos de Los Angeles e Long Beach, principais pontos de entrada de produtos chineses para os Estados Unidos. Em outubro do ano passado, havia uma fila de 70 a 80 barcos, um recorde.

Além dessa enorme espera em alguns portos para o desembarque dos navios, outros fatores também influenciaram nessa falta, como:

– Grandes portos que não exportavam por restrições agora atraem armadores por queda na produção de embalagens devido ao baixo volume de compras e vendas;

– Grande volume de navios operando em seu potencial mínimo, também há falta de otimização no uso do espaço;

– Os navios podem ficar contidos por até 15 dias quando forem impostas restrições nos portos devido à descoberta de um caso de Covid na tripulação;

– Além dos fatores citados acima, a economia voltou a esquentar por conta da transferência de renda. Os programas sociais criados pelos governos de diversas nações permitiram alavancar a economia.

A  reabertura dessas economias elevou o comércio e a demanda por bens que a China e outros países asiáticos produzem a níveis monumentais, gerando um desequilíbrio global na oferta e demanda de navios e contêineres, isto é, há uma demanda maior e a infraestrutura não é imediatamente reativa, então os portos enfrentam sua capacidade estrangulada.

 

Preço recorde em frente ao mar

Apesar da Covid-19, o frete marítimo está experimentando aumentos constantes devido à alta do dólar, ou o aumento do preço do barril de petróleo, devido à diminuição dos produtos quebrados disponíveis, principalmente na região de Rio Negro, de modo que aumenta a demanda em outras rotas e também gera a menor disponibilidade de navios.

Outros fatores que podem gerar aumento no frete marítimo internacional, são:

– O “imposto de guerra” é cobrado quando a guerra avança, os navios ficam à mercê do combate, podendo ser atingidos ou afundados, como exemplo, podemos citar o Golfo Pérsico ou Golfo Arábico, que sempre foi uma área perigosa;

– Sobretaxa de Congestionamento (Sobretaxa de Congestionamento) – Sobretaxa cobrada quando há congestionamento e/ou grande movimentação nos portos, gerando atraso no atrativo;

– Adicional do Porto Menor: Taxa adicional normalmente cobrada quando as mercadorias são carregadas ou descarregadas fora da rota, ou seja, em um porto secundário;

– Tarifa Especial: Conhecida como tarifa especial cobrada segundo a tarifa temporária ou onde o preço é determinado por ela;

– Taxa Temporária (Taxa Temporária) – Taxa cobrada temporariamente em determinadas condições de abertura de mercado, estimulando a concorrência entre vagabundos ou forasteiros, sendo uma condição especial com base de frete reduzida em relação aos preços padrão, aplicada em determinado período;

– Sobretaxa Bunker: famosa sobretaxa de combustível, ou seja, essa tarifa é cobrada sobre um percentual do frete básico para cobrir as despesas de combustível durante a viagem.

Além dos fatores apresentados, existem outros que afetam o aumento do preço do frete internacional: fatores inerentes à mercadoria, fatores comerciais, fatores geográficos, fatores legais e fatores políticos, sociais e econômicos.

 

Quando a alta temporada terminará?

Peak Season Surcharge (PSS) é uma sobretaxa cobrada pelas companhias de navegação durante a alta temporada dependendo do tipo e tráfego. Por exemplo, podemos citar a China, em que o PSS pode ser cobrado de várias semanas antes do Ano Novo Chinês até várias semanas depois;

Leandro Sprenger em artigo publicado na Fazcomex detalha como podemos tentar evitar que sua carga fique parada devido à alta demanda ou à imposição de uma taxa adicional (PSS) em razão da alta temporada;

– Antecipe seus embarques: considerando que é geralmente conhecido quando ocorrerá a alta temporada, procure com seu cliente ou fornecedor antecipar sua venda ou compra;

– Dívida suas remessas: no caso de enviar ou receber vários contêineres, é aconselhável separá-los em vários conhecimentos de embarque. Isso aumenta a possibilidade de embarque de unidades, mesmo em navios diferentes, à medida que o espaço se torna disponível no navio, uma vez que vários contêineres no mesmo B/L terão que esperar espaço para carregá-los todos de uma vez;

– Remessas mais lentas, entrega mais rápida. Pense nisso: todo mundo está correndo para levar seus produtos para o exterior o mais rápido possível. Isso significa que muitas empresas exigem operações com tempos de trânsito mais curtos, deixando que as operações com tempos de trânsito um pouco mais longos sejam selecionadas primeiro.

Além dessa nova realidade que vivemos no mercado internacional, outro fator que tem influenciado muito as bases atuais da logística internacional é o desenvolvimento tecnológico. As organizações precisam se adequar ao moderno modelo de gestão, que dá atenção à logística. Nesse contexto, a logística internacional passou a ser tratada como área estratégica da organização.

Com o advento da logística internacional, após a Segunda Guerra Mundial podemos observar o crescimento da economia de vários países. Alguns mal conseguiam sustentar o seu povo é hoje se tornaram grandes potências econômicas, com seus habitantes desfrutando de um padrão de vida moderno.

Victor Adriano Tavares Victor Adriano Tavares

Possui graduação em Administração, Especialização em Logística, Docência do Ensino Superior, Gestão de Equipes, Gestão e auditoria ambiental e Gestão escolar e Coordenação Pedagógica. Professor Universitário (Administração e Logística), proprietário da Vs2l Transportes e Analista da Educação Profissional – Firjan/SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro.

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