Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 20 de outubro de 2012

A empresa do futuro: gerentes

Banalizadas por umas e úteis ou dispensáveis por outras, as empresas vêm trazendo à discussão as funções de gerente. Enquanto umas criam gerências para a simples promoção de funcionários, outras reavaliam as divisões setoriais que são promovidas por gerências. Divisões essas, desnecessárias e perigosas para a alta velocidade da competitividade dos mercados.

Quem já não percebeu os pedidos absurdos de um gerente aos seus comandados? Quem já não teve que fazer o mesmo trabalho duas vezes, mudando uma vírgula, porque o gerente financeiro não se entendeu com o gerente de negócios ou porque o gerente de estoques não concorda com o gerente de compras? O que se vê em muitas empresas são setores com três ou quatro gerentes que disputam o poder entre si.

Parece absurdo, mas a função de gerente foi se expandindo para A1, A2 e A3 quando deveria ser só para A, B e C. Hoje, o que se enxerga é uma perda irrecuperável de agilidade diante das divisões alimentadas por orgulho e dissidências que impedem a implantação de boas ideias. Preocupados com suas posições, esses gerentes barram boas ideias porque elas se tornam ameaças e acabam abraçando a comodidade das mesmices para se preservarem.

Uma coisa é certa: Não há tantos gerentes na empresa do futuro. Essa empresa funciona como a máquina de um relógio: Repleta de engrenagens que funcionam e possibilitam o funcionamento das outras baseadas num compromisso do cumprimento de suas tarefas. O relógio está no pulso do diretor que não vê a necessidade de um relatório diário para saber qual engrenagem não desempenhou seu papel de forma satisfatória. O trabalho, bem ou mal executado, aparece naturalmente. O papel em comum é “marcar as horas” e o resultado diferente será percebido por todos. Não que todos devam funcionar como máquinas… Não se trata disso. São pessoas que precisam pensar para realizar bem as suas atividades para que um comum obtenha bons resultados. Pode aqui, surgir uma pergunta: E quem vai organizar essas ideias? Se voltarmos ao exemplo do relógio, será aquele que o tem no pulso e que informa as horas ao presidente da companhia? O que se sabe é que as distâncias estão sendo reduzidas e a consciência de liderança evolui para algo bem diferente do que estamos acostumados.

Se analisarmos bem, hoje são muitos os degraus que separam uma engrenagem daquele que informa as horas ao presidente. O que vemos em muitas empresas são perdas de tempo e qualidade nas informações que cercam um empresário que, junto com as engrenagens, se envolvem através de um mesmo princípio necessário. Agora se busca um relacionamento mais direto entre as pontas.

Essa integração é fundamental nos dias de hoje. As empresas aprendem a cada dia que o fator humano é o maior fator de sucesso de uma empresa. Mesmo modernizada com máquinas e equipamentos de última geração, se não houver entusiasmo, comprometimento e foco, esse fator pode ser o precipício de qualquer empresa. Entretanto, uma melhor relação entre patrões e empregados ainda parece distante justamente pela falta de cumplicidade entre essas partes; embora extremamente necessária. O que realmente cresce é a distância que, por falta de qualificação e devido a uma defesa exagerada de interesses de ambas as partes, faz crescer a muralha que impede a caminhada rumo ao sucesso.

Dizem alguns especialistas em mercados que a função de gerente promove esse distanciamento. Eu acredito que se um gerente está focado com os interesses da companhia a equipe sempre estará no rumo do sucesso. O problema é que hoje há tantos gerentes que a probabilidade de um filtro de ideias usado em interesse próprio é significativamente aumentada.

É bem verdade que há gerentes com trabalhos fantásticos, pois extraem ideias maravilhosas de seus comandados não retendo só para si o direito de pensar. São, dessa forma, engrenagens importantes nesse mecanismo ou fazem um excelente trabalho de “manutenção” das outras. Mas, até essas ideias são ameaçadas em linha de poder horizontal. É aqui que se torna válida a diminuição da distância entre gerência, diretoria e presidência. Só vai depender agora da acessibilidade. A diferença é que muitos se aproveitam dessa acessibilidade na defesa de seus próprios interesses…

Como se vê, é um novelo que se cria pela simples distância e falta de diálogo e de foco.

A empresa do futuro – e vale dizer que algumas já vivem esse futuro – impressionam pela agilidade e estão sempre cercadas de informações que interessam seu mercado e não se cercam de problemas que resultem em perda de foco. Essa empresa trabalha na base geradora desses problemas e estão sempre preocupadas com o entusiasmo de suas equipes. Tudo aquilo que mina a alegria do cumprimento das atribuições de suas equipes são descartáveis. Para que uma gerência permaneça nesse quadro é necessário, não só a eficiência, mas a manutenção constante desse entusiasmo. Não basta um MBA para lhe tornar apto a um bom salário, é necessário que valores sejam revelados e que a visão seja aguçada. Se buscardes isso constantemente, seu lugar está garantido nessa empresa do futuro.

Alguns cobram resultados, outros viabilizam resultados. Enquanto uns apontam defeitos, outros valorizam qualidades. Não é fácil escolher de que lado ficar, mas é certo que isso faz toda a diferença. E então, de que lado tu estás agora? Estás preparado para essa empresa do futuro?

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal