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Conteúdo 10 de janeiro de 2006

Afinal, o conceito está ou não banalizado?

Transportadores operando como operadores logísticos. Warehouse e operadores logísticos apontados como meros atravessadores do setor de transportes. Estes pontos e outros são abordados quando se analisa o assunto junto aos profissionais da área.

Foram tantas as mudanças ocorridas no setor, nos últimos anos, por conta da globalização, que parece ter havido uma “banalização” do conceito de operador logístico no Brasil.
Será? Os próprios profissionais que atuam no setor se dividem ao responder a esta pergunta, enquanto outros preferem dizer que o termo não é correto – usam outros argumentos para explicar o atual estágio dos operadores logísticos no Brasil. Também há quem acredite em superação desta fase.

Sim, há banalização
Vanderlei Cardoso de Oliveira, gerente de logística da Starlog Operador Logístico (Fone: 11 2142.5825) é um dos profissionais do setor que afirma que há banalização. “A banalização está no conceito porque se entende que um operador logístico (OL) é uma empresa capacitada para operar em toda a cadeia de suprimentos de uma empresa, ou seja, desde o abastecimento da matéria-prima, armazenamento, abastecimento da linha de produção, gestão de estoque, distribuição física, logística reversa etc., além de deter tecnologias para garantir a gestão dos materiais e do fluxo da informação, utilizando todo o know-how na busca da eficiência através de técnicas estatísticas e de gestão de performance. Infelizmente, o que assistimos no mercado são pequenas empresas que acham que através de uma planilha de Excel podem oferecer serviços logísticos, vendendo-se como um PSL – Provedor de Serviços Logísticos através de um folder montado com fotos ilustrativas.”
Para o gerente de logística da Starlog, são vários os fatores e/ou atitudes que levam à banalização do conceito: falta de conhecimento do mercado sobre o que é um operador logístico; como os compradores não estão capacitados para comprar este tipo de serviço, aceitam qualquer coisa que é oferecida; modismo, é o ponto do momento para se obter redução de custo; a demanda maior que a oferta cria espaço para os oportunistas; o mercado está imaturo a respeito dos serviços que um operador logístico pode oferecer; o mercado interno está aprendendo com os PSL internacionais o correto conceito de um OL.
“Realmente, há uma série de fatores que provoca a banalização, destacando-se: falta de profissionais qualificados no mercado – a maioria dos profissionais que atuam na área de logística é oriunda de outras áreas, sem formação específica; falta de regulamentação da atividade – vemos até motoristas autônomos com a expressão ‘logística’ divulgada em seu caminhão; falta de critério da parte dos contratantes, que não diferenciam um provedor de serviços logísticos de um transportador ou agenciador.” A análise é de Cleber Carvalho, gerente de marketing da Binotto (Fone: 0800 49 1000).
Ozoni Argenton Junior, diretor-superintendente da Comfrio Soluções Logísticas (Fone: 17 3344.7777), também considera que realmente houve e continua havendo uma banalização do conceito propriamente dito do “operador logístico” no Brasil. Segundo ele, tal fato prendeu-se a oportunidades enxergadas por diversas áreas da cadeia produtiva, que viram na operação logística uma forma de melhorar sua rentabilidade operacional ou poder redirecionar seus negócios. “Isto posto, viu-se no Brasil uma corrente de, até então, transportadoras, armazéns gerais e distribuidores, entre outros, mudando sua forma de apresentação e se ‘travestindo’ em operadores logísticos somente na concepção do termo propriamente dito.”

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