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Conteúdo 10 de fevereiro de 2004

Adaptação à nova realidade para ganhar clientes

Após o revés provocado pelos atentados terroristas de 2001, nos Estados Unidos, entre outros fatores, o transporte aéreo de cargas dá sinal de recuperação, às custas, também, de uma adaptação à nova economia global e a outras mudanças.

Considerado, ao mesmo tempo, o mais rápido e o mais caro entre os meios de transporte, o aéreo é sempre motivo de polêmicas.
Nesta matéria especial, ouvimos alguns dos representantes das empresas que atuam na área, quer sejam como operador logístico, quer sejam como empresas de entrega expressa ou transportadores. Eles avaliam o que mudou no transporte aéreo, a questão do custo e o que precisa ser feito para incentivar o maior uso do transporte aéreo.

Mudanças
Para Jane Nunes, gerente de Vendas da FedEx Express, que hoje entrega remessas para clientes em mais de 210 países e é considerada a maior companhia aérea expressa do mundo, quando se fala em mudanças no transporte aéreo de cargas nos últimos três anos, é preciso considerar que as empresas estão apresentando soluções logísticas para os clientes, não apenas o transporte aéreo. “As barreiras alfandegárias continuam sendo um desafio, mas os acordos bilaterais estão crescendo e ajudando o comércio internacional. Depois de 11 de setembro de 2001, os aeroportos ficaram mais rígidos com relação à segurança e algumas companhias aéreas diminuíram a quantidade de vôos”, destaca ele.
Por sua vez, Fernando Del Nero, gerente de projetos da TAM Express, especializada em entregas urgentes, destaca que as freqüentes mudanças ocorridas nos últimos anos no mundo globalizado – nos âmbitos político, social e econômico – vêm impactando, de maneira direta e determinante, praticamente todos os segmentos da sociedade. “A logística, mais especificamente o transporte aéreo de cargas, é um setor que está mudando com grande velocidade”, diz ele.
Desde então – ainda segundo Del Nero -, muita coisa vem ocorrendo, repercutindo em enormes desafios a todos os participantes da cadeia de suprimentos:

As empresas e os embarcadores em geral se vêem obrigados a operar com menores níveis de estoques, com entregas fracionadas (drop-sizes) e sob os conceitos de just-in-time, com redução contínua dos custos operacionais, com obtenção de ganhos de escala e exploração de canais de distribuição alternativos para conquista de novos mercados (venda direta ao consumidor final, por exemplo), entre outras demandas necessárias à sobrevivência empresarial;

Os provedores de serviços logísticos, por sua vez, detêm sua parcela de responsabilidade, através de medidas e decisões que garantam a eficiência e a eficácia em seus processos, tornando viáveis a individualização das entregas, a redução da capacidade ociosa dos ativos, o alcance das mais longínquas distâncias com elevadas freqüências de pequenas entregas, além de cooperação, parceria e integração multimodal, tudo isso com elevado grau de informação e confiabilidade;

O consumidor final – que é o ponto focal de todas as mudanças e decisões – apresenta-se, neste contexto, cada vez mais pulverizado e distante geograficamente, e com grau de exigência por qualidade cada vez maior dos produtos adquiridos e dos serviços prestados.
“Tudo isso, no conjunto, e sob nossa ótica, repercute em oportunidades e perspectivas otimistas para uma participação crescente do transporte aéreo de cargas no futuro. Entretanto, alguns fatores externos contribuíram para o arrefecimento de um crescimento mais agudo deste modal nos últimos anos, impactando, frontalmente, a economia como um todo, e frustrando, assim, algumas projeções”, diz o gerente de projetos da TAM (ver o Quadro 1)

QUADRO 1
Fatores externos que inibem o crescimento do transporte aéreo
– Permanência da distorção da matriz de transporte de cargas no Brasil, privilegiando, por inércia e, principalmente, por tarifas e oferta, o transporte rodoviário;
– Turbulências econômicas ao redor do mundo, motivadas por:
l Sucessivas crises cambiais e financeiras ocorridas no México, Argentina, Rússia, etc. (1995 a 2001);
l Estouro da bolha do mercado acionário americano (2001);
l Recessão da economia americana (2001);
l Atentados terroristas (2001), com redução da ocupação e elevação drástica nos custos nas companhias aéreas;
l Incertezas sobre a recuperação americana (2002);
l Crise energética no Brasil (2001);
– Apreensão quanto às eventuais mudanças potenciais na condução da política econômica do novo governo (2002), causando elevação do Risco Brasil e desvalorização cambial da moeda nacional;
l Competitividade exacerbada no setor aéreo, decorrente de excesso de oferta e da conseqüente queda das tarifas e da lucratividade das companhias.
Fonte: TAM

Em contrapartida, diz Del Nero, mais recentemente (2003), uma conjunção sincronizada de fatores políticos e econômicos positivos vêm repercutindo em ambiente altamente propício e de otimismo para uma retomada significativa e sustentada do crescimento econômico em âmbito mundial e no Brasil (ver o Quadro 2).

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