Ship From Store otimiza o processo de entrega, reduzindo tempo e custo ao enviar produtos diretamente das lojas

08/08/2024

Nesse modelo, o estoque da loja física é utilizado para atender aos pedidos online – em vez de se usar o estoque armazenado no Centro de Distribuição –, e a equipe da loja é responsável por separar e embalar os pedidos online.

Sua empresa possui lojas físicas? O volume de pedidos online está crescendo? Se você respondeu “sim” para ambas as perguntas, então sua empresa pode estar bem posicionada para adotar uma estratégia Ship From Store.

Enviar pedidos de comércio eletrônico a partir de lojas físicas, em vez de Centros de Distribuição, pode ser uma excelente maneira de melhorar a velocidade de envio e reduzir os custos de frete.

No entanto – destaca Elcio Grassia, sócio fundador e CEO da Nazar Systems –, essa estratégia não funciona para qualquer situação: operações menores, em particular, podem não ter as localizações, recursos ou equipe necessários para implementá-la com sucesso.

O que é

Grassia volta ao conceito do Ship From Store, destacando que é uma estratégia de atendimento onde os pedidos feitos em uma plataforma de comércio eletrônico são atendidos a partir de lojas físicas, em vez de um Centro de Distribuição. Nesse modelo, o estoque da loja física é utilizado para atender aos pedidos online (em vez do estoque armazenado no CD), e a equipe da loja é responsável por separar e embalar os pedidos online. O modelo otimiza o processo de entrega, reduzindo tempo e custo ao enviar produtos diretamente das lojas mais próximas do cliente.

“A Target nos EUA utiliza suas lojas como hubs de distribuição, reduzindo custos de transporte e acelerando as entregas. O Magazine Luiza utiliza essa prática, acelerando a entrega e melhorando a satisfação do cliente ao utilizar suas lojas físicas como hubs de distribuição”, diz Grassia.

Ao contrário da logística tradicional, que depende de Centros de Distribuição separados, esta abordagem agiliza o processo de vendas, tornando-o mais prático e econômico para os retalhistas. “Isso permite que pequenos e médios varejistas concorram com redes maiores, oferecendo vantagens como entregas no mesmo dia”, acrescenta Helena Lizo, diretora Geral da Lalamove no Brasil.

Carlos Magno Maiques, CTO da Leevo, também lembra que o conceito agiliza as entregas em horas, trazendo uma experiência única para os compradores da marca, que têm o que desejam num curtíssimo prazo de tempo, e também otimiza toda a logística por parte da marca vendedora, que não necessitará de estrutura logística complexa para envio destas mercadorias.

Andreia Pedrosa, diretora Comercial da LMX Logistica, completa esta questão lembrando que conceito é um novo modelo de distribuição, que pode trazer muitas vantagens, mas também alguns desafios.

“Claro que hoje a maior preocupação é com a experiência do consumidor, mas ela não é refletida apenas no prazo de entrega. Sabemos que a experiência do consumidor online inicia no momento em que ele navega no site, até ele receber o pedido em casa ou ter a possibilidade de retirar. Essa experiência envolve os prazos, o tipo de embalagem, a agilidade, o acondicionamento do produto etc.”

No modelo tradicional – continua Andreia –, os Operadores Logísticos ou Centros de Distribuição já têm os insumos necessários e são treinados para despachar o produto da melhor forma, diferente de uma loja que está acostumada a entregar o produto em mãos, com embalagens mais delicadas e bonitas, o que pode ser um problema ao fazer o Ship From Store. “Mas, quando analisamos a questão da agilidade e do estoque, é uma excelente alternativa, pois está mais próximo do consumidor e consegue atendê-lo de forma mais ágil e precisa”, completa a diretora Comercial.

Vantagens

Como se pode notar, o Ship From Store oferece uma série de vantagens que beneficiam tanto os varejistas quanto os consumidores, promovendo uma experiência de compra mais eficiente, rápida e satisfatória. “Essa estratégia ajuda os varejistas a otimizar o uso do estoque, reduzir custos logísticos e aumentar as vendas, ao mesmo tempo que oferece aos consumidores uma entrega mais rápida e um acesso mais amplo a produtos”, comenta Vinicius Pessin, fundador e CEO da Eu Entrego.

“Para os varejistas é possível reduzir custos das entregas, ao atender de uma loja mais próxima do consumidor final, reduzir o prazo e aumentar a disponibilidade ao oferecer no e-commerce o estoque da rede de lojas. O consumidor naturalmente tem uma melhoria na sua jornada de compra, ao ter mais opções de produtos, com um prazo menor e um custo de transporte mais reduzido”, acrescenta Marcio Luiz Matsuda, sócio diretor da Connexxion Consulting.

Ross Saario, CEO do Grupo Intelipost, também aponta que nesse modelo todos saem ganhando. Para o varejista, além do que já foi citado, é uma oportunidade para levar mais clientes para a loja.  Para o cliente, reduz o prazo de entrega e ainda é possível ter a condição de frete grátis e uma experiência omnichannel ainda mais conectada.

Além disto, o Ship From Store permite que as lojas físicas atendam clientes em regiões mais amplas, expandindo o alcance da empresa sem a necessidade de abrir novos Centros de Distribuição, completa Saario.

Maiques, da Leevo, também lembra do rastreio em tempo real dos pedidos vendidos, do feedback instantâneo dos clientes finais sobre a experiência do atendimento e do aumento instantâneo do faturamento no balcão de cada unidade, no caso dos varejistas. Já no caso dos consumidores, além das vantagens já relacionadas, há a comodidade de receber em casa o produto com acompanhamento do mesmo no momento em que o pedido é enviado e facilidade nas tratativas em caso de envio errado (Reversa).

Andreia, da LMX Logistica, relata que para os varejistas, as vantagens são: aumentar o faturamento da loja, administrando melhor o estoque e reduzindo o custo logístico, e, desta forma, o e-commerce não concorre com a loja física; atendimento mais ágil, pois consegue entregar o produto da loja mais próxima do cliente, respondendo rapidamente à necessidade do cliente e possivelmente com um atendimento mais personalizado e embalagem especial. Já os consumidores recebem o produto mais rápido e têm a possibilidade de retirar se for muito urgente. Tem a vantagem de ter a embalagem da loja, fazendo um mix da experiência de compra online e física, um novo conceito de experiência.

Grassia vai mais além e diz que, para grandes empresas de comércio eletrônico que possuem uma sólida presença off-line, faz sentido eliminar o aluguel de espaço adicional em armazéns e enviar diretamente de uma loja local. A seguir ele cita principais vantagens do modelo Ship From Store.

A parte boa de enviar a partir das lojas

l Melhora a rotatividade do estoque na loja – quando os pedidos online são atendidos usando o estoque das lojas físicas, essas localidades naturalmente veem uma maior rotatividade de estoque, o que pode ser positivo – especialmente se as lojas físicas tiverem volumes de pedidos menores que outros canais –, pois mantém o estoque em movimento e ajuda a evitar estoque morto.

l Reduz o tempo e o custo de envio – ao manter o estoque próximo ao comprador online, você melhora os tempos de trânsito para os clientes. Isso também reduz o número de zonas de envio que seu volume precisa cruzar, o que reduz o custo médio de envio.

l Distribui o risco em caso de desastre – se a maior parte do estoque estiver armazenada em um único local, um desastre pode destruir quase todo o seu estoque e tornar impossível atender à demanda. Dividir seu estoque entre vários pontos ajuda a protegê-lo.

Ainda segundo Grassia, enviar a partir da loja não é a melhor escolha para muitos varejistas — especialmente os menores. Aqui ele coloca algumas das maiores desvantagens do método Ship From Store.

A parte ruim de enviar a partir das lojas

l Custos operacionais mais altos – o Ship From Store envolve muitos custos ocultos.

l Armazenar o estoque e atender e enviar pedidos nas lojas físicas é intensivo em mão de obra, você precisará contratar mais pessoas na loja ou treinar a força de trabalho existente para gerenciar o processo de atendimento online. Isso aumenta o custo da mão de obra e requer tempo e esforço adicionais.

l Você também precisará de uma grande rede de lojas de varejo para que o envio a partir da loja realmente reduza a distância de envio, o que exige um investimento de capital significativo.

l Também pode ser necessário estoque de segurança adicional para evitar rupturas de estoque, o que aumenta os custos de aquisição e manutenção de estoque.

l Necessário reestruturar os processos na loja – atender a pedidos online no mesmo local onde você atende clientes presenciais pode causar ineficiências. Os clientes na loja podem não receber a atenção de que precisam, ou a precisão dos pedidos online pode sofrer enquanto os funcionários tentam realizar múltiplas tarefas.

l Aumenta a dificuldade de gerenciar o estoque – quando você envia a partir da loja, rastrear e manter os níveis de estoque se torna exponencialmente mais complicado.

l Como os pedidos online e as compras na loja consomem dos mesmos estoques, é muito mais provável que você fique sem estoque ou venda acidentalmente um estoque que já se esgotou, levando a pedidos em atraso e clientes insatisfeitos.

“A menos que você tenha recursos para investir em um sistema de gerenciamento de pedidos omnichannel e um sistema de gerenciamento de estoque, terá que coordenar os níveis de estoque entre os canais manualmente, o que se torna rapidamente avassalador”, comenta Grassia.

Ele também destaca que, embora o Ship From Store inicialmente pareça econômico, a realidade é que, para empresas com altos volumes de pedidos, ele pode ser um desperdício de recursos e tempo. “O custo de reformular sua estratégia de gerenciamento de estoque, contratar pessoal extra para atendimento de pedidos, treiná-los e aumentar o espaço de armazenagem provavelmente compensará qualquer lucro obtido com a redução do tempo de envio e dos custos de envio. Talvez o tempo, dinheiro e energia necessários para implementar o processo possam ser melhor investidos no estabelecimento de capacidades omnichannel em sua cadeia de abastecimento e na melhoria da experiência do cliente em todos os canais.”

Implementação

“Grandes redes varejistas adotam o Ship From Store como parte de suas estratégias omnichannel, integrando sistemas logísticos e treinando equipes. Eles também usam plataformas de entrega sob demanda para agilizar o processo de entrega, evitando as complexidades de contratação e gerenciamento de pessoal de entrega”, aponta Helena, da Lalamove.

Ainda com referência à questão sobre como o Ship From Store está sendo implementado nas operações de entrega e delivery pelas grandes redes de varejo, Saario, do Grupo Intelipost, vai mais adiante, e coloca que as grandes redes de varejo possuem uma vantagem competitiva enorme, já que, através das várias lojas físicas distribuídas, conseguem reduzir o custo logístico devido a sua capilaridade.

Através do uso de tecnologias avançadas e a integração eficiente dos processos de gerenciamento de pedidos e estoque, essas empresas estão conseguindo atender às expectativas dos consumidores por entregas rápidas e flexíveis. “Embora o Ship From Store ofereça muitas vantagens, sua implementação bem-sucedida exige uma abordagem estratégica e bem planejada para superar esses desafios. Varejistas precisam investir em tecnologia, treinamento e infraestrutura, além de desenvolver processos operacionais robustos para garantir a eficiência e a satisfação do cliente”, adverte Pessin, da Eu Entrego.

Matsuda, da Connexxion, também coloca que tem observado fortes investimentos em tecnologia, com o desenvolvimento e adaptações nas plataformas de e-commerce, sistemas de pagamento e sistemas do BackOffice de lojas; infraestrutura e processos, com adaptação do espaço físico de lojas e treinamento da força de vendas; e em novas modalidades de transportes. “Ao ter origens e destinos diferentes dos pedidos tradicionalmente atendidos por Centros de Distribuição, temos vistos proliferarem ecossistemas de entregadores autônomos para atender o Last Mile das entregas oriundas de lojas.”

Maiques, da Leevo, também coloca alguns pontos relativos à implantação, e que são bem importantes:

Integração de Sistemas: As redes de varejo estão integrando seus sistemas de gestão de estoque para que todas as lojas físicas e os Centros de Distribuição compartilhem informações em tempo real. Isso garante que os pedidos sejam encaminhados para a loja mais próxima com o produto disponível.

Tecnologia de Geolocalização: Utilizando tecnologia de geolocalização, as redes conseguem identificar a loja mais próxima do cliente para reduzir o tempo de entrega e os custos logísticos.

Otimização de Estoques: As empresas estão revisando suas estratégias de estoque para garantir que produtos populares estejam disponíveis em várias lojas, permitindo um atendimento mais rápido às demandas locais.

Treinamento de Funcionários: Funcionários das lojas físicas estão sendo treinados para realizar tarefas de separação e embalagem de pedidos online, garantindo eficiência e qualidade no preparo das entregas.

Parcerias com Empresas de Logística: Grandes redes de varejo estão firmando parcerias com empresas de logística e plataformas de delivery para agilizar o processo de coleta e entrega de produtos.

Automação e Tecnologia: Investimentos em automação e tecnologia, como sistemas de gestão de armazém (WMS) e soluções de picking automatizado, estão sendo feitos para melhorar a eficiência operacional e reduzir erros.

Andreia, da LMX Logistica, completa, destacando que a implementação das operações de entrega e delivery pelas grandes redes de varejo só é possível quando elas não são franquias, pois pertencem ao mesmo CNPJ. Com isso, é possível integrar os estoques das lojas físicas e dos Centros de Distribuição. Utilizando a inteligência artificial, o sistema pode informar ao consumidor qual a loja mais próxima que tem o produto que ele precisa e informar os prazos de entrega.

Uma vez que a loja recebe o pedido, os funcionários precisam ser treinados para garantir que os pedidos sejam separados, embalados e despachados de forma adequada, não só com a embalagem da loja, mas também com a embalagem adequada para o transporte da mercadoria.

Apesar de ser uma mudança na forma de consumo, é uma maneira de a loja voltar a ter o faturamento que perdeu para as vendas online. Esse mix vai atender também o consumidor que, muitas vezes, está com o tempo restrito de ir a uma loja, mas precisa comprar aquele produto e pode retirar ou receber em tempo mais curto do que a compra online.

Desafios

A integração dos canais físicos e digitais através do Ship From Store oferece muitas vantagens, mas também apresenta desafios significativos para os varejistas. “A chave para o sucesso está na adoção de sistemas integrados, treinamento eficaz de equipes e um foco constante na experiência do cliente. Inadequada gestão de estoque com inexistência de sincronização adequada, associada à logística de última milha ineficiente são os principais riscos para o sucesso de um projeto de Ship From Store, alerta Pessin, da Eu Entrego.

Matsuda, da Connexxion, coloca que adaptações no espaço físico, seleção adequada de quais lojas devem disponibilizar o serviço, acuracidade dos estoques em lojas e alocação correta de produtos e competição de recursos escassos nas lojas são alguns dos desafios. A adoção de robôs autônomos, Lockers, RFID e WMS no BackOffice da loja são alguns exemplos de soluções que ajudam muito nesta jornada.

Saario, do Grupo Intelipost, faz uma lista dos principais desafios: manter uma visibilidade precisa e em tempo real dos estoques em várias lojas e Centros de Distribuição; coordenar a logística de envio a partir de múltiplas lojas, garantindo eficiência e rapidez nas entregas; capacitar os funcionários das lojas para gerenciar operações de fulfillment e atendimento ao cliente de maneira eficaz; integrar sistemas legados de lojas físicas com novas plataformas digitais; manter uma experiência de cliente consistente e positiva através de todos os canais; os custos iniciais de implementação de sistemas Ship From Store podem ser elevados.

Para superar estes desafios, o CEO do Grupo Intelipost diz que os varejistas estão investindo em automação para reduzir erros e melhorar a eficiência. Sistemas automatizados de picking, packing e envio ajudam a agilizar operações e minimizar custos. “Também há a utilização de big data e analytics para entender padrões de consumo, prever demanda e otimizar o estoque, bem como análises avançadas que ajudam a tomar decisões informadas e ajustar estratégias em tempo real. Colaborações com empresas de tecnologia oferecem soluções especializadas para integração de canais e logística. A implementação de uma cultura organizacional valoriza a flexibilidade e a adaptabilidade. Isso permite que as equipes se ajustem rapidamente a novas tecnologias e mudanças no mercado”, relaciona Saario.

Também para Helena, da Lalamove, os varejistas enfrentam desafios como a formação de equipes para lidar com novas tecnologias, a implementação de sistemas de TI robustos e a coordenação da logística nas lojas. Para superar estes obstáculos, investem em sistemas avançados de gestão de inventário para visibilidade do estoque em tempo real e colaboram com parceiros logísticos especializados.

O maior desafio é a integração de estoque, pois existem regras fiscais e tributárias, além das dificuldades físicas desse modelo. Quando a rede de lojas pertence a um único CNPJ, fiscalmente fica mais fácil atender essa demanda. No entanto, aqui no Brasil, juntar todas as lojas de todos os estados pode ser um desafio fiscal muito grande, pois a tributação varia de um estado para o outro.

Além disso, continua expondo Andreia, da LMX Logística, a administração do estoque em tempo real também é um desafio, e a loja precisa investir em tecnologia. Hoje, é possível dar baixa no estoque de forma automática, mas é preciso criar rotinas e definir lotes mínimos nas lojas. “Imagine que seja colocado online 100% do estoque da loja; se houver apenas 1 produto e um consumidor estiver comprando, outro consumidor online pode ter acesso ao mesmo produto, o que gerará uma experiência muito ruim ao não conseguir finalizar a compra, ou, se finalizar, ser informado de que o produto não está mais disponível.”

Então, continua a diretora comercial da LMX Logística, é preciso investir em tecnologia para gerir bem o estoque e também em consultoria para adequar os lotes que serão disponibilizados, ou pelo menos não vender os produtos que estão expostos nas lojas físicas.

É necessário também investir em treinamento da equipe, principalmente de embalagem. Se esse novo modelo decolar, pode haver a necessidade de ter pessoas com conhecimento de logística nas lojas para despachar os produtos ou desenvolver parcerias com empresas especializadas que conseguem treinar e automatizar o processo para que essa venda Ship From Store também traga uma boa experiência ao cliente.

“Os sistemas de gestão de estoque vêm se atualizando há muito tempo, principalmente com a demanda das vendas online. Cada vez mais é necessário fazer uma gestão de inventário online, buscando sempre o tempo real do estoque disponível. E o conceito de logística também vem se mostrando cada vez mais eficiente, quando é preciso fazer uma gestão de estoque mínimo, conhecer a fundo sua demanda e criar procedimentos para uma reposição eficiente. O grande desafio agora é coordenar o estoque físico e online das lojas físicas, pois essa demanda ainda é nova para as lojas, e é preciso ter o produto disponível para venda”, completa Andreia.

Maiques, da Leevo, completa dizendo que os desafios são muitos, porém, com criatividade, inovação e investimentos, os varejistas estão cada vez mais capacitados para oferecer este produto aos seus clientes finais.  A segui ele relaciona alguns exemplos de desafios e soluções encontradas para superá-los:

Gestão de Estoque Integrada

Desafio: Coordenar o inventário entre as lojas físicas, o e-commerce e os Centros de Distribuição é complexo e requer sistemas precisos para evitar discrepâncias e rupturas de estoque.

Solução: Implementação de sistemas avançados de gestão de estoque (OMS – Order Management System) que proporcionam visibilidade em tempo real do inventário em todos os canais.

Logística e Distribuição

Desafio: Gerenciar a logística para garantir entregas rápidas e eficientes a partir de múltiplas localizações pode ser complicado, especialmente em grandes redes varejistas.

Solução: Parcerias com empresas de logística e uso de algoritmos de roteirização e otimização de entregas, bem como a implementação de tecnologias de geolocalização para identificar a loja mais próxima do cliente.

Treinamento de Funcionários

Desafio: Funcionários das lojas físicas precisam ser treinados para lidar com o processamento de pedidos online, separação e embalagem de produtos.

Solução: Programas de treinamento contínuo e a introdução de ferramentas tecnológicas que facilitam o trabalho dos funcionários, como aplicativos de picking e scanners móveis.

Tecnologia e Infraestrutura

Desafio: A integração de sistemas tecnológicos entre canais físicos e digitais exige investimentos significativos em infraestrutura de TI.

Solução: Investimentos em plataformas de e-commerce robustas, APIs para integração de sistemas e tecnologias de cloud computing para escalabilidade e flexibilidade

Experiência do Cliente

Desafio: Garantir uma experiência de compra fluida e consistente entre os canais físicos e digitais é essencial para a satisfação do cliente.

Solução: Desenvolvimento de estratégias omnichannel que unificam a experiência do cliente, além de serviços como “clique e retire” e suporte ao cliente 24/7 através de diversos canais.

Tecnologia e sistemas de gestão

Como se pode notar pelos depoimentos, a tecnologia desempenha um papel crucial na eficiência do Ship From Store. Grassia diz que sistemas de gestão de estoques (WMS) integrados com plataformas de e-commerce permitem a visibilidade em tempo real dos níveis de estoque em todas as lojas. Tecnologias como RFID e IoT (Internet das Coisas) são utilizadas para rastrear produtos e otimizar o gerenciamento de inventário. Além disso, algoritmos de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina ajudam a prever a demanda e otimizar a distribuição de estoque. Softwares de roteirização e otimização logística são empregados para planejar as rotas de entrega mais eficientes, reduzindo custos e tempos de entrega.

“O principal é ter um OMS (Order Management System) que garanta a leitura correta de todo o estoque da rede em tempo real e gerencie os pedidos, enviando para a loja correta e gerando visibilidade do status de atendimento. Além disso, é importante um TMS (Transportation Management System) para o adequado controle e rastreamento da operação de transporte e um DRP (Distribution Requirements Planning) para alocação correta do estoque, que é diferente muitas vezes da venda presencial da loja. As recentes preocupações com Cybersegurança e o atendimento do LGPD também ganharam força pois todo esse processo envolve muitos dados sensíveis dos consumidores”, apregoa Matsuda, da Connexxion.

Um WMS avançado também é uma boa escolha para garantir a eficiência, já que, segundo Saario, do Grupo Intelipost, ele proporciona: visibilidade em tempo real, já que monitora o inventário em todas as lojas e Centros de Distribuição em tempo real, garantindo que os dados de estoque sejam sempre precisos e atualizados; gerenciamento de pedidos, porque coordena a entrada e saída de pedidos, alocando o estoque de forma eficiente para atender aos pedidos mais rapidamente; e otimização de espaço, organizando o layout do estoque de forma a maximizar o espaço disponível e facilitar o picking e packing.

Ainda neste contexto, o CEO do Grupo Intelipost cita o TMS, que oferece: roteirização inteligente, determinando as rotas mais eficientes para entregas a partir das lojas, minimizando o tempo e os custos de transporte; monitoramento de entregas, acompanhando as entregas em tempo real, proporcionando maior visibilidade e controle sobre o processo de envio; e integração com transportadoras, conectando com múltiplas transportadoras para escolher a melhor opção de envio em termos de custo e prazo.

Helena, da Lalamove, acrescenta a esta lista de tecnologias e sistemas de gerenciamento os aplicativos de entrega sob demanda, que garantem a eficiência das vendas, oferecendo serviços confiáveis de entrega de última milha com rastreamento em tempo real e integração de API.

Resultados

As empresas que adotaram o Ship From Store têm observado melhorias significativas na satisfação do cliente devido à redução dos tempos de entrega e à maior disponibilidade de produtos. Além disso, essa estratégia tem levado a um aumento nas vendas, uma vez que permite aos varejistas oferecerem um serviço mais rápido e conveniente, muitas vezes resultando em uma maior taxa de conversão de pedidos online. “Relatórios indicam que as empresas também conseguem reduzir custos operacionais ao utilizarem a infraestrutura existente das lojas físicas, transformando-as em mini CDs”, diz Grassia, referindo-se aos resultados observados pelas empresas que já adotaram o Ship From Store em termos de satisfação do cliente e aumento de vendas.

“Normalmente o cliente que compra na loja física e no digital apresenta frequência de compras e gasto médio por compra muito superiores quando comparado com os clientes que só compram em um dos canais. Há uma melhora também de disponibilidade de produtos, racionalização do estoque empregado e menor necessidade de descontos para escoamento de produtos”, observa, agora, Matsuda, da Connexxion.

Empresas como Walmart e Target nos Estados Unidos e Vivo e Cobasi no Brasil tem demonstrado resultados positivos em termos de satisfação do cliente e aumento de vendas com a adoção do Ship From Store. “A tecnologia, a visibilidade em tempo real do estoque, a eficiência operacional e a conveniência para o cliente são fatores-chave que impulsionam esses benefícios. As empresas que conseguem integrar eficazmente seus canais físicos e digitais, utilizando estratégias como SFS, estão bem posicionadas para melhorar a experiência do cliente e impulsionar o crescimento das vendas”, também proclama Pessin, da Eu Entrego.

A verdade é que, com lojas físicas atuando como Centros de Distribuição, os produtos chegam mais rápido aos clientes, muitas vezes em menos de 24 horas. A proximidade da loja reduz o tempo de trânsito, levando a um aumento na satisfação do cliente devido às entregas rápidas.

A integração de estoques permite que os clientes tenham acesso a uma gama mais ampla de produtos. Se um item está fora de estoque em um armazém central, pode estar disponível em uma loja local, garantindo que os clientes possam comprar o que desejam, quando desejam.

Clientes desfrutam de uma experiência de compra contínua, podendo comprar online e retirar na loja, ou comprar na loja e receber em casa. Essa flexibilidade melhora a conveniência e a satisfação do cliente.

Ainda de acordo com Saario, do Grupo Intelipost, as empresas que implementam Ship From Store geralmente também melhoram suas capacidades de rastreamento e notificações de entrega, mantendo os clientes informados e reduzindo a ansiedade em relação ao status de seus pedidos.

“A capacidade de atender pedidos de várias fontes reduz os casos de falta de estoque e carrinhos abandonados, resultando em um aumento nas vendas convertidas. Clientes que não encontram um produto em estoque na loja podem comprá-lo online e recebê-lo de outra localização. Produtos que estão parados em uma loja com menor movimento podem ser vendidos online, aumentando o giro de estoque e reduzindo a necessidade de descontos ou liquidações para liberar espaço”, completa o CEO do Grupo Intelipost.

Também para Helena, da Lalamove, as empresas que adotaram o relatório Ship From Store aumentaram a satisfação do cliente devido a entregas mais rápidas e personalizáveis e menores custos de envio. Essas vantagens incentivam mais pedidos online, impulsionando o crescimento das vendas.

Futuro

Para finalizar, vale a pergunta: O que o futuro reserva para o Ship From Store e a integração do físico com o digital no varejo? Quais tendências podemos esperar?

Matsuda, da Connexxion, diz que devemos ver como resultado da reforma tributária uma aproximação dos estoques dos clientes. A exigência do consumidor por prazos mais reduzidos e a escassez da oferta de mão de obra em Centros de Distribuições e transportadoras impulsionarão o aumento da adoção do omnichannel e do Ship From Store em um futuro próximo, acredita.

Já para Grassia, o futuro do Ship From Store e da integração do físico com o digital no varejo é promissor, com várias tendências emergentes. Espera-se um aumento na adoção de tecnologias avançadas como Inteligência Artificial e análise de dados para aprimorar a personalização e a eficiência logística. O conceito de dark stores (lojas físicas fechadas ao público e dedicadas exclusivamente ao fulfillment de pedidos online) deve se expandir. A integração entre os canais físicos e digitais se tornará ainda mais fluida, oferecendo aos clientes uma experiência de compra omnichannel sem atritos. Além disso, o uso de veículos autônomos e drones para entregas pode revolucionar ainda mais o setor de logística e distribuição.

“O Ship From Store pode ser uma estratégia poderosa para certas empresas, especialmente aquelas com uma forte presença física e volumes de pedidos online crescentes. No entanto, não é adequado para todas as operações e pode trazer desafios significativos, especialmente para empresas menores. Avaliar cuidadosamente os custos, benefícios e desafios é essencial para determinar se essa estratégia é a melhor opção para o negócio”, diz o CEO da Nazar Systems.

Pessin, da Eu Entrego, também acredita que o futuro do Ship From Store cruzará necessariamente com a ascensão da utilização da Inteligência Artificial pelo varejo. A IA está revolucionando a maneira como os varejistas gerenciam seus estoques, personalizam a experiência do cliente, otimizam a logística e automatizam processos operacionais. Com a adoção contínua e o desenvolvimento dessas tecnologias, os varejistas podem esperar maior eficiência, satisfação do cliente e crescimento das vendas.

“IA e Machine Learning continuarão a melhorar a precisão das previsões de demanda, ajudando os varejistas a manterem os estoques otimizados e reduzirem desperdícios. Essas tecnologias permitirão uma gestão proativa do inventário, respondendo rapidamente às mudanças nas preferências dos consumidores”, completa Saario, do Gupo Intelipost.

Também para Helena, da Lalamove, o futuro do Ship From Store parece promissor, com tendências como o aumento do uso de IA e aprendizado de máquina, para previsão de demanda e otimização de estoque, e automação expandida em processos logísticos. Também é esperada uma maior personalização do cliente através de análises avançadas.

“O futuro do Ship From Store e a integração dos canais físico e digital no varejo prometem ser ainda mais inovadores e eficientes, impulsionados por avanços tecnológicos e mudanças nas expectativas dos consumidores. Essas integrações serão marcadas por uma combinação de tecnologia avançada, operações logísticas otimizadas e uma experiência de cliente altamente personalizada. Essas tendências não apenas melhorarão a eficiência operacional e a satisfação do cliente, mas também ajudarão os varejistas a se adaptarem rapidamente às mudanças nas demandas do mercado e às novas tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, por exemplo”, crê Maiques, da Leevo.

“Já podemos notar uma busca por tecnologia e Inteligência Artificial para aumentar o controle do estoque e a eficiência logística. Além disso, o perfil do consumidor ficará ainda mais claro para a marca, facilitando a personalização da compra. E, é claro, será necessário ampliar alguns serviços, como devolução e troca dos produtos retirados na loja”, finaliza Andreia, da LMX Logística.

Participantes

Connexxion Consulting – Consultoria especializada na jornada de transformação do Supply Chain.

Elcio Grassia – Além do já citado, é colunista do Portal Logweb, vice-presidente da BSCA (Blockchain Supply Chain Association para o leste da América do Sul – Argentina, Brasil, Paraguay e Uruguay) e sócio consultor da Integrare Consulting, com foco em Logística e gestão da Cadeia de Abastecimento. “Board Emeritus”, ex-Channel Partner e ex-membro do Global Research Committee da ASCM – Association for Supply Chain Management.

Eu Entrego – Plataforma que conecta varejistas à maior rede de entregadores autônomos do país.

Grupo Intelipost – A Intelipost é uma empresa considerada líder em soluções de inteligência logística. Oferece soluções para diversos setores, como e-commerce, varejo, marketplaces e Operadores Logísticos.

Lalamove – Plataforma de entregas sob demanda criada com a missão de empoderar comunidades através de entregas rápidas, simples e baratas. Através da tecnologia, conecta pessoas, veículos, cargas e destinos.

Levoo Tecnologia do Brasil – Especializada nas entregas de Same Day e Same Hour.

LMX Logistica – Operador Logístico especializado em vendas B2B, B2C e e-commerce.

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