No total, os portos de Santa Catarina, devem receber, até 2033, mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos. Com US$ 30 milhões já investidos na modernização para a reabertura do Porto de itajaí e R$ 3 bilhões, até 2033, para ampliar a produtividade do Porto Itapoá e consolidá-lo como um dos maiores terminais da América do Sul. Além disso, a dragagem da Baía da Babitonga, avaliada em R$ 300 milhões, permitirá a navegação de grandes embarcações, maiores inclusive que os conhecidos Panamax utilizados principalmente em rotas de longo curso, pela sua capacidade de carga, torna o frete mais competitivo. Em 2023, os portos de Santa Catarina movimentaram 61,7 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 11,47% em relação ao ano anterior. Este desempenho foi superior à média nacional, que ficou em 6,86%
Com a reabertura do Porto de Itajaí para a movimentação de contêineres, que recebeu seu primeiro navio no início de outubro, Santa Catarina fortalece ainda mais sua posição estratégica no comércio exterior brasileiro. Após um longo período de paralisação, o porto, agora sob concessão temporária da JBS/Seara, teve a autorização da Receita Federal e já projeta a atração de novas linhas de navegação para conectar o estado a importantes mercados internacionais.
Outro destaque no cenário portuário catarinense é o Porto Itapoá, que recentemente concluiu a instalação de seu sétimo portêiner e com isso aumentou a produtividade em 15% nas operações de navios. A expansão do porto, com um aporte total de R$ 3 bilhões até 2033, vai posicionar Itapoá como um dos maiores terminais da América do Sul e consolida o estado como um hub logístico crucial para o comércio exterior. Além disso, o terminal adquiriu 20 novos caminhões elétricos, a maior frota deste tipo entre os portos brasileiros, um importante passo como exemplo de sustentabilidade.
A dragagem da Baía da Babitonga, com licença emitida pelo Ibama, também faz parte dos avanços logísticos de Santa Catarina. O projeto, avaliado em R$ 300 milhões, permitirá a navegação de embarcações com até 366 metros de comprimento. Esse tipo de embarcação, que exige maior profundidade de calado, representa um grande avanço logístico para o Brasil, pois historicamente o país foi limitado pela profundidade dos portos. Com essa melhoria, o Complexo Portuário da Baía da Babitonga poderá receber navios de maior porte, o que aumenta a eficiência e competitividade para o transporte de cargas e coloca a região em posição de destaque no comércio internacional.
“Esses investimentos nos portos catarinenses representam um marco importante para o comércio exterior do Brasil. Com a modernização de Itajaí, a expansão de Itapoá e a dragagem da Baía da Babitonga, estamos não apenas aumentando a capacidade de movimentação de cargas, mas também garantindo que Santa Catarina mantenha sua posição estratégica de entrada e saída de produtos manufaturados, matéria prima e agrícolas, cada vez mais competitiva para mercados internacionais. Esses avanços vão transformar a logística da região ao impulsionar a eficiência, atrair novos parceiros comerciais e solidificar a posição do estado como um dos principais polos logísticos do país”, analisa Sandro Marin, diretor da Tek Trade, empresa especializada em comércio exterior.
Cabotagem: uma solução sustentável para o crescimento logístico
Esses investimentos são uma resposta direta à necessidade de diversificar os modais de transporte, onde o rodoviário ainda predomina e enfrenta desafios, como altos custos e desgaste das estradas. A cabotagem se apresenta como uma solução eficiente e sustentável para aliviar esses gargalos logísticos, devido a capacidade de transportar grandes volumes a custos até 30% menores em comparação ao modal rodoviário. Além disso, a cabotagem reduz o impacto ambiental ao reduzir as emissões de CO2, e promove maior segurança no transporte de cargas, com menos riscos de acidentes e avarias.
“Incentivar a cabotagem não só reforça a competitividade de Santa Catarina no comércio exterior, mas também promove uma logística mais eficiente e sustentável ao integrar diferentes modais de transporte e reduzir a dependência das rodovias. Isso permite um fluxo mais ágil de mercadorias, com menor impacto ambiental e custos operacionais reduzidos, fortalecendo ainda mais a posição estratégica do estado”, conclui Marin.